quarta-feira, 31 de julho de 2019

A Caminho do Anel de Fogo (Indonésia e Timor Leste)


Partida do Porto as 6h30 da madrugada, com destino a Bali.
Escala em Barcelona e Doha.
Total de 18h de viagem.
Longo, mas valeu a pena.


Esta aventura começou a ser preparada alguns meses antes...
Escolha dos voos, hotéis e locais a visitar, cartão SIM, guias, etc.
Depois de tudo bem analisado, lá definimos a nossa rota:
Bali, Timor Leste, Lombok e Doha.
3 semanas que será pouco para tanta diversidade. Por isso tivemos que definir prioridades.

A opção de colocar Timor no meio, foi para evitar de fazer 4 voos seguidos, na ida ou na volta. Além de que é normal deixarmos o tempo de praia, para o final das férias.

Bilhete de avião (voo principal) comprado pela Qatar. Curiosamente o acordo com a TAP pertmitiu sair do Porto e usufruir do chamado "voo corrido - bilhete único". Acontecendo algum imprevisto com algum dos voos, a companhia responsabilizar-se-ía sempre por nos fazer chegar ao destino final. Coisa que não aconteceria se fossem bilhetes distintos.

1o voo feito com a TAP (Porto - Barcelona).
Dentro do previsto e sem atrasos. desta vez a TAP surpreendeu...pela positiva!
Restantes voos (Barcelona - Doha -Bali) com qualidade superior. Não é à toa que a Qatar foi nomeada a melhor companhia aérea do Mundo, em 2019.



A chegada a Bali, passagem no controlo de passaportes e recolha das malas, aconteceu sem imprevistos. Desde que o avião aterrou até sairmos do aeroporto, demoramos 1h.

Muito bom para países desta natureza.


Depois disso, tínhamos o motorista (Jorge) à nossa espera. Era cunhado do Eka (motorista já referenciado em Portugal), pessoa que contratamos as nossas viagens/visitas em Bali.
Já com alguns anos de viagens, diz-nos a experiência que deveremos sair do aeroporto para cambiar dinheiro e comprar um cartão SIM.
Regra geral, fica bem mais barato que fazer tudo isto no aeroporto.



Com a utilização do cartão Revolut, a questão do câmbio já não se coloca. Pode-se levantar dinheiro em qualquer ATM (mesmo no aeroporto) e com taxas de câmbio muito mais favoráveis do que as que as lojas tradicionais praticam.

O único senão em Bali, é que a maioria dos ATMs estão adulteradas. Os esquemas para clonar e copiar os códigos dos cartões, são mais que muitos. Levantar dinheiro, pode transformar-se num pesadelo.
Daí a importância de saber onde se levanta.
 

Depois do levantamento, qualquer um se sente rico (1€ aprox 16.000 rp).
500€ = 8.000.000 rp
Uma fortuna!
 

Já com dinheiro na mão, seguimos para uma loja de telecomunicações.
Normalmente compramos um cartão de dados e voz, mas desta vez, escolhemos exclusivamente um para dados. 
Com a quantidade de apps que existem, podemos falar e escrever para qualquer lado. Assim, 1 cartão de 6 GB custou aproximadamente 12€

 

Com isto tudo, chegamos ao Hotel por volta 21h15.
 

Fizeram uma recepção de boas vindas e colocaram arroz na testa. Uma pequena cerimónia para dar as boas vindas ao hotel e à ilha. Tudo isto acompanhado de muita simpatia. Uma imagem de marca, por estes lados.




Ubud - 1º dia


1º DIA


Tão enganador pode ser o retrato pintado nas agências de viagem, de uma ilha tropical, com palmeiras, sol, praias paradisíacas e com corpos bronzeados...
Ir a Bali a só para ver isto, sai sem levar nada..sem levar o principal! Que é a cultura que os acolhe.
Muitos turistas ficam apenas por Kuta - a zona mais turística de todas as zonas da ilha. Mas a essência de Bali e que torna a ilha atractiva é a sua cultura, os seus costumes, as tradições daquela população. Por isso é obrigatório sair de Kuta e conhecer o mundo à parte que é o resto da ilha.

E foi isso que fizemos. Centramos a nossa "base" em Ubud, para conhecer a outra Bali.
 

Poucos lugares na terra são tão ou mais encantadores do que Ubud.
É o centro cultural e espiritual de Bali.
 

O nosso roteiro em Bali (feito com o Eka)
 

Ubud (2 noites)
Munduk (1 noite)
Ubud (1 noite)
Sanur (1 noite)



Quanto aos hotéis, não faltam opões com excelente preço/qualidade. Aliás, esta é uma das famas do sudeste asiático.


A nossa sugestão:

 
Ubud: Tetirah Boutique/Jani´s Place
Munduk: Rahayu Homestay
Sanur: Astana Villas



No 1º dia optamos por explorar Ubud e por isso, andamos sozinhos (deixamos os serviços do Eka para os dias seguintes).
Pura Gunung Cebah Temple

O Templo Pura Gunung Lebah é um dos marcos históricos de Ubud. O templo do século VIII fica no extremo oeste de Ubud. Tem vista para o lado leste do vale de Campuhan. Por isso, o seu nome traduz-se vagamente como "templo do vale da montanha".

Templo de entrada livre.

Campuhan ride walk

Mais um local de entrada gratuita.
É a caminhada mais famosa de Ubud pelos terraços de arroz.Aproximadamente 9km. Traduz-se num momento relaxante principalmente ao fim da tarde ou logo pela manhã (altura em que praticamente não se vê ninguém).
A entrada para esta caminhada é fabulosa! Com um riacho e uma natureza que embelezar a paisagem.












                                       
Monkey Forest


A Floresta dos Macacos de Ubud fica dentro da vila de Padangtegal.


Os moradores vêem a Floresta dos Macacos como um importante centro espiritual, económico, educacional e de conservação para a aldeia.
Há cerca de 700 macacos e cerca 190 espécies de árvores.
 
Uma experiência a não perder!
 
Ao chegar, é inevitável não reparar num grande cartaz onde se alerta as pessoas para os cuidados a ter. Cuidados esses, novamente reforçados ao comprar o bilhete.
A adrenalina começa logo aqui!



A recomendação para os visitantes

Evitar levar sacos ou qualquer material de plástico. Evitar óculos, chapéus ou algo solto que seja de fácil acesso aos macacos.
Se possível, deixar no balcão ou guardar na mochila.

Segundo eles, os macacos não se dirigem a nós, se os ignorarmos e não lhes dermos nada. Caso contrário, não nos largam e até podem ser desagradáveis. Até porque são animais selvagens, ou seja, com comportamento imprevisível.

Há relatos de pessoas que ficaram sem os seus bens (oculos, chapeus, etc), por negligência.

Pede-se também que não se faça um contacto visual (fixamente) com o macaco. Podem interpretar como algo agressivo (sentem-se ameaçados) e atacar. 

Durante o passeio há sempre muitos guardas florestais, sempre disponíveis a ajudar.












Art Market


Mercado de arte no centro de Ubud onde podemos encontrar vários tipos de artesanato local. A maioria das mercadorias encontradas neste Mercado, são feitas nas aldeias vizinhas. Bom local para comprar algumas recordações a bom preço. Naturalmente a negociação é essencial.




Curiosidade: O mercado de Ubud também serviu de cenário para o filme "Eat Pray Love", que mostra uma cena em que a atriz Julia Roberts, passeia pelas barracas que são frequentemente visitadas por visitantes estrangeiros e domésticos na vida real.

Pura Saraswati

O Pura Taman Saraswati, é um fantástico templo aquático no centro de Ubud. O templo oferece um cenário único para fotos.
A entrada é gratuita, mas, como em qualquer visita ao templo em Bali, uma faixa e um sarongue, são obrigatórios.





Regularmente há espectáculos com danças tradicionais. A entrada é paga, mas pode optar-se por jantar no restaurante em frente ou tomar algo no Starbucks. enquanto o mesmo decorre.



A 1ª impressão de Ubud foi excelente.
Apesar de ser época alta de turismos, por esta altura, nunca sentimos congestionamento pelos locais que passamos.
Uma cidade que tem um templo porta sim, porta sim e em que o cheiro a incenso está por todo o lado. Todos os dias de manhã, eles prepararam oferendas com flores, incensos e arroz cozinhado, tudo sobre as folhas de bananeira.

Segunbdo eles servia para "alimentar os diabos maus e as flores para os espíritos bons". Espalhavam oferendas por todo o lado e salpicavam agua, supostamente abençoada, pelo chão. Um ritual repetido diariamente, sem excepção, nas casas e ruas de Ubud.

É assim a cultura de Bali!




terça-feira, 30 de julho de 2019

Arredores de Ubud - 2º Dia


2º DIA



O nosso roteiro nos arredores de Ubud - 2º Dia (feito com o Eka)

Gunung Kawi Temple
Pura Tirta Empul Temple
Tegallalang
Nungnung Waterfall
Jatiluwih



Neste 2º dia, as distâncias eram maiores e como tal, já fomos acompanhados pelo Eka.
Começamos logo cedo por visitar o templo de Gunung Kawi.
O valor de entrada foi de 50.000 rp / pessoa.




À chegada assistimos ao trabalho de umas mulheres locais, que transportavam na cabeça, pedras de granito e /ou blocos de cimento. Um trabalho que requer resistência e muito equilíbrio.

Neste dia, também tivemos a "companhia" de uma escola, que preencheu ainda mais este complexo. A dimensão do espaço é tal que as pessoas andavam à vontade.


O complexo, que é conhecido localmente como Pura Gunung Kawi, é um dos sítios arqueológicos mais singulares de Bali, compreendendo uma colecção de antigos relevos de santuários esculpidos na face de um penhasco rochoso.




O local principal tem vista para o sagrado rio Pakerisan, que também flui pelo Templo de Tirta Empul, um quilômetro a norte. Ao longo dos mais de 300 degraus em direção ao rio, encontramos fantásticos terraços de arroz.
Uma beleza única por estes lados.




Como em qualquer outra visita a um templo em Bali, é necessário um traje adequado que inclua um tecido de sarongue com uma faixa ao redor da cintura.




Depois seguimos para o Pura Tirta Empul.
Aqui a entrada (incluia o famoso sarong) custou 50.000 rp /pessoa
É um complexo de templos hindus, construído há mais de mil anos e localizado a 30 min de Ubud.





 
A viagem entre os dois templos foi de curta duração. Mas como já chegamos lá a meio da manhã, encontramos alguns grupos a chegar. Nada que retirasse o carisma e espiritualidade do templo.

Segundo a religião hindu, o templo terá sido criado há mais de mil anos pelo deus Indra, deus da água.

Esse local é público e qualquer pessoa pode participar no ritual de purificação, a partir do momento que seja com respeito e seguindo as regras.

A parte central do templo possui 2 tanque para banhos sagrados, com 12 fontes de água sagrada onde os hindus se banham num ritual de purificação, fazendo oferendas e orações diferentes em cada fonte. Cada fonte tem um significado/tema diferente. O ritual consiste em passar o corpo e a cabeça por cada fonte, deslocando-se da esquerda para a direita, mas sem passar em duas fontes: a da cremação e a dos deuses (10ª e 11ª fonte).

Uma experiência singular.

 



Em determinadas datas especiais, o templo fica rapidamente cheio e por isso formam-se filas entre cada fonte.
Apesar do grande número de pessoas que se desloca ao templo nessa altura, o ambiente permanece sereno e com respeito aos valores locais.
Os balineses estão acostumados aos turistas e ficam felizes em explicar as suas tradições e a história do templo.
Qualquer um pode participar no ritual de purificação. Para isso, é necessário respeitar algumas regras e alugar um sarongue próprio para o efeito.

Depois desta fantástica experiência, seguimos para uma das plantações de arroz mais famosas de Bali (pelo seu sistema único de irrigação) - Tegalalland!
Mas antes, ainda tempo para comprar uma frutinha....
Aqui não falta e de uma qualidade fantástica! (saudades).




Os Terraços de Arroz de Tegallalang, nos arredores de Ubud, são famosos pelas suas belas imagens dos arrozais envolvendo o subak (tradicional sistema de irrigação de Bali), que, segundo a história, foi transmitido por um homem sagrado chamado Rsi Markandeya. 






Tegallalang forma uma das mais esplêndidas paisagens de terraços da região de Ubud e oferece uma perspectiva indescritível que se espalha diante de nós. A localização da passagem não podia ser melhor, permitindo muita criatividade e fotos de rara beleza.
Antes de nos despedirmos deste cenário saído de um filme, aproveitamos para almoçar num restaurante, com vistas para os terraços de arroz. Único!!! 



Depois de almoço e contemplar esta rara beleza seguimos viagem. Desta vez o destino foi uma cascata. Seu nome: Nungnung.
Pelo caminho fomos encontrando um pouco de tudo. Por aqui não falta criatividade.




A Cascata Nungnung é classificada como uma das melhores de Bali. Definitivamente faz jus ao nome. Foi uma das nossas favoritas.

Uma nota extra...podemos dizer que Bali é um paraíso de cascatas. Há um número indescritível de cascatas escondidas (ainda por explorar).
 

Localizada no alto das montanhas de Bali, o percurso é feito de escadas - concretamente 547 degraus! Um bom exercício para que gosta de desporto... e não só...ao longo do percurso não faltam momentos de rara beleza..o esforço vale bem a pena!



Alguns pontos de paragem, para quem quiser descansar. E por vezes é bem necessário, tal o esforço necessário, principalmente a subir. A inclinação das escadas, aumentam o grau de dificuldade.






A chegada à cascata transporta-nos para outra dimensão...é uma sensação de grandiosidade nunca vista. Praticamente vazia. Apenas nós e mais duas pessoas.

Aqui respira-se tranquilidade. É fechar os olhos e respirar... Uma paz indescritível!




Este é um dos locais onde nos sentimos mesmo pequeninos, ao lado da natureza. Um local absolutamente mágico que não se conseguem transmitir em imagens.
Sem dúvida de visita obrigatória.

Depois deste exercício, seguiu-se a última paragem. Mais um local para contemplar e relaxar deste longo exercício - Jatiluwih (com paragem para tomar o famoso Café Luwak).





Os terraços de arroz Jatiluwih cobrem uma grande região a oeste de Bali, mais famosa por suas paisagens dramáticas e verdadeiramente exóticas.
A par com o monte Batur, este local é um dos locais naturais imperdíveis de Bali.
É mais um cenário de tirar o fôlego.
 
Estes terraços de arroz compreendem mais de 600 hectares de campos de arroz (segundo a técnica conhecida como "subak").

Já no final, fomos provar o famoso café Luwak (talvez o café mais caro do mundo, pela sua raridade). Uma experiência que não se pode perder. 




Tomarias uma bebida feita com fezes de animal?
 
Antes de responderes, fica a conhecer o que é especial no café mais raro, saboroso e caro do mundo. Os preciosos grãos são processados ​​pelo sistema gastrointestinal do animal e depois retirado dos seus excrementos.

O animal come somente os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café, que são digeridos pelo seu organismo, com excepção dos grãos, que são excretados junto com suas fezes. E é justamente essa produção limitada de grãos (segundo dizem, são menos de 230 quilos por ano), que faz deste café raro e diferente. 





Aproveitando a visita, também provamos algumas especialidades de chás.
Há sabores para todos os gostos: Ginseng, canela, Gengibre, Baunilha....é só escolher.





Ficamos encantados com o atendimento que, diga-se, é sempre muito cortês e simpático por toda uma ilha de Bali.
Mesmo sendo apreciadores de café, aqui, a comparação não é fácil. É um produto distinto que e por isso incomparável.

Claro que podemos dizer que é um café menos amargo, com menor acidez e por isso mesmo, mais fácil de tomar sem qualquer tipo de açúcar. No entanto, os paladares são diferentes e nem todos apreciam este tipo de café.

Valeu pela experiência.

Conhecer esta zona de Bali e terminar o dia fazendo uma degustação de chá e café foi mais um momento marcante da viagem.E viajar é isto mesmo, experenciar coisas novas, estar no meio deles, conhecer a cultura local...
 
É isso que nos enriquece.