domingo, 28 de julho de 2019

Dili - 1º Dia


1º DIA

Depois de check in no hotel feito e almoço terminado, seguimos para a exploração da cidade.


ROTEIRO

Museu da Resistência Tomerense
Cemitério santa Cruz
Cristo Rei



A ideia era começar pelo Museu da Resistência Timorense.
Tínhamos visita guiada (agendada) com um dos protagonistas da história do País: Sr Álvaro Vasconcelos.
Seria (e foi) ele que nos ia acompanhar e relatar os acontecimentos históricos retratados neste museu.

Mas como Timor Leste ainda não está virado para o turismo, à hora marcada, a pessoa responsável pela abertura da porta, infelizmente não apareceu.
Segundo parece, por estes lados as coisas só funcionam de 2ª a 6ª (e quando funcionam).

Como muita mágoa pelo sucedido, O Sr Álvaro, ficou inconsolável...mas determinado para que a nossa visita acontecesse noutro dia. E assim foi, como poderemos ver mais à frente.



Seguimos então para outro local emblemático da cidade: O cemitério de Santa Cruz.
No mês de Outubro de 1991, uma delegação parlamentar portuguesa planeava visitar Timor Leste e endereçou o convite a 12 jornalistas. O governo da Indonésia quando teve conhecimento, que na lista de jornalistas estava incluída a australiana Jill Jolliffe, criou alguns obstáculos o que fez com que os a delegação portuguesa anulasse a viagem.
 

Os serviços secretos indonésios tinham informações precisas de que a jornalista Jill Jolliffe ajudava e dava apoio directo ao movimento independentista da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN) liderada por Xanana Gusmão.






Quando os movimentos de Timor Leste, souberam da anulação da viagem da delegação portuguesa, optaram por fazer vigílias e manifestações em Díli contra a presença dos militares indonésios. Por outro lado, o governo Indonésio investiu mais no apoio directo às milícias. Foi nessa altura que o independentista Sebastião Gomes foi abatido por soldados indonésios .

No dia 12 de Novembro de 1991, reuniram-se mais de duas mil pessoas na Igreja de Motael numa missa dada pelo bispo Ximenes Belo, em memória de Sebastião Gomes.
Seguiu-se uma marcha até ao cemitério de Santa Cruz, para prestar homenagem ao jovem independentista.

Este ato foi considerado pelo exercito indonésio como uma provocação, o que os levou a cercar o cemitério e abrir fogo sobre os manifestantes (e quem lá estivesse).

 

No dia 12 de Novembro de 1991, o repórter de imagem britânico Max Stahl (Nome porque é mais conhecido), conseguiu filmar o massacre que ocorreu no cemitério de Santa Cruz.
Acredita-se que terão morrido entre 300 a 400 pessoas, a maioria jovens.
A cassete foi escondida no chão do cemitério e semanas depois, Stahl enviou-a, com as imagens horríveis, para a Organização das Nações Unidas (ONU).

Começa aqui a mudança tão desejada pelo Povo Timorense.
O mundo despertava para a realidade...Desencadeando uma onda de solidariedade por todo lado, principalmente Portugal.

Ainda hoje, há imagens que ficam...



Hoje o cemitério é um espaço colorido mas completamente cheio. Mal se consegue passar por entre as campas.

                                                                                          Memória a Sebastião Cruz
 

Depois deste momento mais intenso, seguimos para o Cristo Rei.
No caminho, o contacto com a cultura local. À medida que se sai de Dili, a paisagem torna-se ainda mais bela.
A bela estátua do Cristo Rei, localizada a poucos quilómetros do centro da cidade, é um óptimo lugar para uma pequena caminhada, especialmente ao pôr do sol.
Uma das coisas que mais nos admirou, foi ver a quantidade de pessoas que praticavam desporto por estes lados. Incrível a dedicação deles, mesmo com o colar que faz nesta altura.












Técnica local para transportar as tangerinas. Criatividade não falta.




Subida ao Cristo Rei.
Uma estátua que mede 27 metros e está situada sobre o Globo Terrestre.
É um dos mais importantes pontos turísticos em Timor-Leste.
Tivemos o privilégio de ter a companhia de 2 pessoas fantásticas (Ana e Charles), que nos ajudaram a conhecer a cultura local.




Do alto do Cristo Rei, temos uma vista fantástica sobre a ilha. A praia atrás da estátua do Cristo Rei tem uma localização remota e longe da estrada principal, mas bem apetecível.




Uma das melhores coisas que se pode fazer por aqui, é terminar o dia (na praia) a beber uma água de coco e assistir a um Pôr do Sol fantástio (talvez dos melhores). 



Ir a Timor Leste também é gastronomia.
Impossível ir a qualquer país sem provar a gastronomia local. Mais ainda em Timor.
No 1º jantar por aqui, fomos desafiados pelos nossos amigos a provar estas duas iguarias.

Kadaka akar (Entrada: Panquecas de sago)
Ikan saboko (Prato principal: Peixe Grelhado em folha de bananeira)
A folha de bananeira, confere ao peixe um sabor diferente. Muito Bom!




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